“Cuído dos meus jardins, mas gosto mesmo é de cuidar das ruas onde moro, além do espaço público que frequento. Como não consigo cuidar da cidade toda, escolhi cuidar pelo menos do meu bairro”. A declaração de amor ao verde é da procuradora do Ministério Público do Estado de São Paulo Luiza Nagib Eluf. Foi feita ao receber-me em sua casa, no Alto da Lapa, região oeste da capital paulista.
No jardim impecavelmente cuidado, revelou o lado que poucos colegas de Ministério certamente conhecem. Afazeres incomuns, nos mais de 30 anos dedicados ao Direto: astrofísica, orquidófila, ornitóloga – observadora e pesquisadora de pássaros – ambientalista, paisagista e um perfil de luta por qualidade de vida.
O amor declarado à Natureza faz com que a procuradora, fora das atividades normais, lute pelo tombamento de uma região de 40 quilômetros quadrados, espécie de pedaço de Mata Atlântica perdida na metrópole. O bairro da Lapa reúne extensa área de vegetação. As imagens aéreas comprovam a presença do “Verde por Excelência”.
Perfil Ecológico
O perfil ecológico de Luiza Eluf vem desde a infância. Na época, adorava as plantas, animais e observar estrelas e a lua. Quando ocupou cargo administrativo, de 2007 a 2008, desenvolveu ações consideradas polêmicas. Chegou ao requinte de requisitar caminhões-pipa para regar diariamente vegetação de parques e praças no bairro da Lapa. Não se arrepende do que fez. Nem da ousadia em nome da Natureza: “o exemplo deveria ser seguido. É preciso envolvimento da comunidade, se quisermos garantir qualidade de vida nos grandes centros”. A ambientalista, não a profissional do Direito, garante que investir no Meio Ambiente é bom negócio. A Natureza retribui o investimento, ressalta: menos poluição, menos sujeira e inclusive, menos crimes. Mais segurança, lembra, porque, na sua ótica, a criminalidade prolifera onde prevalece o caos: “onde não tem ninguém tomando conta é lá que o criminoso vai se estabelecer”.
Animais & astros
Sobre a adoração ao mundo animal, afirma que já fez parte de um clube de observadores de aves. Os ornitólogos de São Paulo, COA-City-Lapa – marcaram um momento especial na vida da procuradora: “acordávamos cedinho, seis da manhã. Fazíamos observações e catalogávamos diversas espécies”. Nos dias atuais, quando pode, retorna ao antigo hobby. A predominância de áreas verdes na Lapa favorece a presença dos pássaros. Outro episódio marcante: dedicou um dos cinco livros – Matar ou Morrer- a um animal de estimação. A cachorra Jéssica-(raça boxer) ficava aos seus pés, quando escrevia os manuscritos. O cão morreu perto do lançamento da obra. Aqueles momentos ficaram guardados em sua mente e o livro foi dedicado ao animal. Hoje, tem dois cachorros, outro boxer e um vira-lata chamado Moleque. O amor aos bichos extrapola: o programa preferido é ir ao zoológico de São Paulo. Porém há uma ressalva: “gosto muito mais de ver esses animais livres, em ação na própria Natureza.
Caminhos da Astrofísica
Por todos esses motivos, Luiza Eluf considera a infância como alicerce à formação ambientalista. “Desde criança adorava animais e amava as estrelas”. Se não fosse procuradora, revela, seguiria os caminhos da Astrofísica. No seu ver, os fatos da Natureza são demonstrados pelos números e cálculos. Isto a levou ao curso trancado de Exatas na PUC-SP. Abandonou o mundo da Matemática e se viu desanimada em relação à falta de uma boa conversa: “os colegas de classe eram apegados apenas a cálculos e cálculos”, verbaliza. O pai – que faleceu com cem anos, era advogado. Vendo a desilusão da filha a aconselhou a seguir os caminhos do Direito.
Atualmente a procuradora Luiza Eluf – também astrofísica, orquidófila, – ornitóloga – entre outras atividades- é mãe de dois filhos, um de 28 e um de 32 anos, ambos advogados. Tem um neto de 3 anos que é a sua “nova paixão”. A convite do Senado, faz parte da Comissão de Reforma do Código Penal, em Brasília. Editou cinco livros. A Paixão no Banco dos Réus é a principal obra, que surgiu de pesquisas do tema violência sexual contra as mulheres.
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Abram Alas, lá vem Paella com Lagosta! Paella (em castelhano e catalão) é um prato à base de arroz, típico da gastronomia espanhola com raízes na comunidade de Valência. A refeição já se transformou em tradição, na casa da procuradora Luiza Nagib Eluf. Aos sábados, em meio á reunião familiar, o lado gastronômico vem à tona:“faço paella com lagosta. Fica lindo!”.
A cena é digna de filme. Após muita expectativa, a procuradora deixa a cozinha. Traz o saboroso preparo em uma enorme paejeira. A paella desperta surpresa e exclamações de contemplação, garante. “ É um espetáculo lindo, arroz caldoso, colorido e polvilhado com ervilhas”.
O lado ruim da história, brinca, é o fato dela sair impregnada com cheiro de peixe e fritura. Após o prato pronto, conta, a família espera por quinze minutos. ” É o tempo certo para um banho completo. Livre do odor, finaliza: “ é só festa e bom apetite. Adoro fazer Paella”!!!
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ANDERSON FRANÇA – Tem o espaço definido como: CRÔNICAS E CANAIS NAS CIDADES, que é a reflexão para os temas do cotidiano.
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